Paz a todos

Paz a todos! Este blog destina-se a compartilhar conhecimentos que possam auxiliar à amplificação da consciência humana, de forma a alcançarmos a humanidade plena.

"Os obstáculos te parecerão grandes ou pequenos dependendo se você é grande ou pequeno."Orison Swett Marden

"E aqueles que foram vistos dançando, foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música." Friedrich Nietzsche

“Palavras amáveis podem ser curtas e fáceis de falar, mas seus ecos são infinitos” Madre Teresa

"Somos todos fios frágeis, mas compomos uma esplêndida tapeçaria." Jerry Ellis

"Dê a cada pessoa o seu ouvido, mas a poucas a sua voz." William Shakespeare

"O que separa a alma do corpo não é a morte, é a vida."Paul Valéry

"O que não queiras que os outros te façam , não o faças aos outros." Confúcio

"As tragédias verdadeiras no mundo não são conflitos entre o certo e o errado. São conflitos entre dois direitos." Hegel


"Toda reflexão que leve o homem para fora do estreito círculo do seu egoísmo é saudável e boa para a alma, seja qual for o caminho pelo qual enverede essa reflexão. " Joseph Ernest Renan

"Nem o Sol nem a Lua podem refletir-se claramente na água lamacenta. Assim a alma universal não pode realizar-se perfeitamente em nós, enquanto não afastarmos o véu da ilusão, isto é, enquanto perdura o sentimento do eu e do meu."Ramakrishna

“É preciso ter um caos dentro de si para dar à luz uma estrela cintilante.” Friedrich Nietzsche


sexta-feira, 21 de maio de 2010

Ser, fazer e ter


O que você quer para a sua vida?

Pense alguns minutos… Se puder, escreva rapidamente umas cinco frases sobre isso antes de continuar a leitura.

Agora analise como você respondeu. Você usou SER, TER ou FAZER (ou uma idéia correspondente a cada um) para responder a pergunta?

Normalmente, nós respondemos coisas como “Quero terminar a faculdade, ter um emprego legal para poder ter minha casa, viajar,…” ou “Quero ter uma família legal, estudar no exterior e trabalhar pelo menos cinco anos na Europa”. O que essas respostas possuem em comum?
A nossa tendência é descrever e buscar o que queremos TER na vida. E onde fica o que queremos SER?

Quando pergunto isso às pessoas, muitas têm idéia daquilo que gostariam de SER, mas dizem que para ser o que querem, primeiro precisam ganhar dinheiro ou pagar as contas ou ter um emprego legal.

O tempo vai passando e, pensando assim, acabamos nos perdendo correndo atrás do que queremos TER, sempre adiando o que queremos SER, até que chega o final da nossa vida e ai não dá mais para voltar atrás…

Vamos refletir sobre isso! Será que realmente precisamos primeiro TER para depois SER?

Pense na pessoa mais feliz que você conhece? Agora, analise rapidamente a vida dela e tente perceber o que a faz feliz.

Será que é o que ela tem? Provavelmente você perceberá que ela é feliz porque é aquilo que gostaria de SER e também tem tudo que precisa para isso. E como ela conseguiu SER e TER?

As pessoas felizes que conheci pessoalmente ou que conheço a história de vida normalmente dizem que usaram suas energias para realizar seus sonhos, sendo aquilo que queriam ser, fazendo aquilo que queriam fazer e que, apesar de alguns desafios e dificuldades no inicio, conseguiram ter tudo que queriam ter.

Aquele que mais marcou a história da nossa humanidade, que transformou mais pessoas e que é o maior exemplo que temos, fez tudo isso porque escolheu ser aquilo que ele queria ser e fez tudo que precisou para isso. O nome dele: Jesus.

Portanto, volte à pergunta inicial e a responda toda em termos de SER. Depois, use a sua energia para se planejar e FAZER isso acontecer. O resultado disso sabe qual será? Você terá aquilo que quer e mais: será feliz!

Agora que você já sabe isso, busque ferramentas que te ajudem a se conhecer melhor e a conhecer melhor o mundo em que vive. Leia a história de pessoas de sucesso, leia livros que falem como as pessoas funcionam. Adquira os recursos que precisa para ser exatamente aquilo que quer SER e SEJA.

Marcelo Fellipe

quinta-feira, 20 de maio de 2010

A causa não está fora



Sempre que você sentir que alguma coisa está errada primeiro encontre a causa em si mesmo. Não vá a nenhum lugar.


Você é a causa de tudo que está te acontecendo. Você é a causa e o mundo é apenas o espelho, porem você sempre responsabiliza os outros. É sempre um consolo encontrar a causa em outro lugar.
Assim, você nunca sentirá culpa nem autocondenação. Se a causa está fora, você só resolve se a causa mudar. Você pode escapar com isso, isso é um truque. Assim sua mente vai continuar projetando a causa em alguém ou fora. Todo mundo está perturbado por causa de alguém mais, e todo mundo sempre pensa que a causa existe externamente.


Você está perturbado por causa de alguém e essa pessoa está perturbada por causa de você. E você está criando tudo a sua volta, projetando, ficando temeroso, ferido e fazendo esforços para se defender, daí vem a miséria, frustrações e conflito, depressão e luta.

A coisa toda é estúpida e permanecerá a menos que você mude sua atitude. E tente sempre primeiro encontrar a causa dentro de si.

Quando descobre que foi você quem criou a situação fica mais fácil de resolver, pois se você é o responsável pela entrada saberá onde está a saída.

Kallim

quarta-feira, 19 de maio de 2010

O encontro entre o céu e a terra


O ocidente está sofrendo com o excesso de ciência e o oriente, com o excesso de religião. Agora precisamentos de uma nova humanidade em que religião e ciência tornam-se dois aspectos de uma só humanidade. Depois que tivermos trazido à existência essa nova humanidade, a terra pode se tornar, pela primeira vez, o que ela devia ser: um paraíso.

O novo ser humano deve ser a união entre o céu e a terra. Não deve haver cisão entre matéria e espírito, entre o mundano e o sagrado, entre esse mundo e o outro. Não pode haver cisão porque toda cisão é uma cisão em você. E, toda pessoa, todo ser humano que esteja dividido de si mesmo acaba ficando louco, ensadecido. Estamos vivendo em uma mundo louco e insano. Ele só recuperará a sanidade quando essa cisão puder ser desfeita.

A espécie humana viveu ou acreditando na realidade da ala e no caráter ilusório da matéria, ou na realidade da matéria e no caráter ilusório da alma. Mas a realidade do ser humano é a união entre as duas coisas. Não somos só espiritualidade - só consciência- nem somos só matéria. SOMOS UMA HARMONIA PERFEITA ENTRE MATÉRIA E CONSCIÊNCIA.

Você não pode viver como se fosse apenas um corpo. Foi isso que Jesus quis dizer quando afirmou: "Nem só de pão vive o homem". Mas, também não pode viver sem pão. Você tem as duas dimensões no seu ser e ambas tem que ser satisfeitas, tem que ter a mesma oportunidade de crescimento.

Se você ouvir apenas o corpo, você se condena a uma existência sem sentido. Se não ouve o corpo, você sofre -fica com fome, fica pebre, fica com sede. Se ouvir apenas a consciência, o seu crescimento ficará desequilibrado. A sua consciência crescerá, mas seu corpo vai definhar, e não haverá equilíbrio.

Mas, é no equilíbrio que está a sua saúde, é no equilíbrio que está a inteireza, é no equilíbrio que está a sua alegria, a sua canção, a sua dança.

O materialista preferiu ouvir o corpo e fazer ouvidos moucos para tudo que se refere à realidade da consciência. O resultado final é uma grande ciência, uma grande tecnologia - uma sociedade afluente, abundância de coisas mundanas. E, em meio a toda essa abundância, existe um ser humano pobre e sem alma, completamente perdido - sem saber quem ele é, sem saber porque eiste, sentido-se quase um acidente da natureza. As vez de criarem uma vida bonita para você, as coisas criaram uma vida, que, aos olhos das pessoas inteligente, não vale a pena viver.

No passado, o oriente optou por dar ênfase à consciência e condenar a matéria e tudo que fosse material, inclusive o corpo. O oriente criou Buda e várias outras outras pessoas de grande consciência, de grande percepção. Mas também criou milhões de pessoas pobres, famintas, morrendo à míngua - sem comida, sem água para beber, sem roupas, sem teto.

Situação estranha....Nos países desenvolvidos, a cada seis meses eles têm que jogar no mar milhões de dólares em alimentos por causa das supersagras. Eles não querem sobrecarregar seus armazéns, não querem baixar os preços e destruir sua estrutura econômica. Por um lado, milhares de pessoas morrem de fome todos os dias na Etiópia; por outro lado, o Mercado Comum Europeu destrói tanta comida que o custo dessa destruição está na casa dos milhões de dólares. Esse não é o custo da comida; é o custo de jogá-la no mar.

Então, temos que unir o céu e a terra, a matéria e a alma. Não existe conflito entre a mátéria e a consciência, podemos ser prósperos nestas duas dimensões. Podemos ter tudo que o mundo pode oferecer, tudo o que a ciência e a tecnologia podem produzir, e ainda assim podemos ter tudo que alguém como Buda descobriram em seu mundo interior: AS FLORES DO ÊXTASE, A FRAGRÂNCIA DA DIVINDADE, AS ASAS DA LIBERDADE ABSOLUTA.

Tudo que a existência contém é para nós e temos que aproveitar isso de todas as maneiras possíveis - sem nenhuma culpa, sem nenhum conflito, sem ter que fazer escolhas. Aproveite tudo que a matéria é capaz de oferecer e rejubile-se com tudo de que a consciência é capaz.

FAÇA AS COISAS COM TODA A SUA ALMA, DE MODO MAIS INTENSO DE QUE VOCÊ FOR CAPAZ.

A ALEGRIA SURGE QUANDO VOCÊ FAZ UMA COISA DE CORPO E ALMA.

OSHO

sábado, 15 de maio de 2010

Não use este planeta como uma sala de espera


Apenas não use este planeta como uma sala de espera em uma estação ferroviária. Eu tenho viajado por anos, tenho estado em milhares de salas de espera e visto uma cena estranha. Pessoas jogando suas cascas de banana no chão, cuspindo no chão, mesmo quando eu lhes pergunto: "O que você está fazendo?!" Elas me respondem dizendo: "Esta é apenas uma sala de espera. Não é casa de ninguém. Quem se importa? Apenas mais dez minutos e meu trem está chegando!"


É verdade que o trem está chegando, mas o trem trará alguns passageiros que ficarão nesta sala de espera com a sua casca de banana!Você é um convidado. Deixe esta terra um pouco mais bonita, um pouco mais humana, um pouco mais amável, um pouco mais perfumada para todos os hóspedes desconhecidos que virão depois de você.


Uma antiga história sufi: o rei de Bagdá costumava dar uma volta pela cidade em seu belo cavalo, só para ver como estavam as coisas — é claro que ele ia disfarçado, e não como rei —, assim ele podia ver como era a realidade. Se ele fosse como rei, então ele veria apenas o que era bonito e a ele não seria mostrada a face verdadeira das coisas — ele veria somente a máscara.Todos os dias ele via um homem, um homem muito velho, talvez com mais de cem anos, trabalhando no jardim, plantando mudas, mas essas mudas não eram de plantas ornamentais. Se fossem flores ornamentais não haveria nenhum problema. Mas eram mudas de cedros do Líbano, que crescem trinta metros, sessenta metros de altura, quase tocando as estrelas, e eles levam centenas de anos para atingir essa altura. Eles vivem mil anos, dois mil anos, três mil anos e são umas das árvores mais bonitas.O rei ficou perplexo porque aquele velho, que estava com cem anos, não poderia nem mesmo ter esperança de ver a próxima primavera. Suas mãos estavam tremendo, ele era tão frágil, a qualquer momento a morte poderia levá-lo embora. E por que ele estava plantando aqueles cedros? Ele não os veria crescer, não os veria chegar à fase adulta, não veria a beleza deles quando eles começassem a tocar as estrelas.Por fim, foi impossível para o rei a resistir à tentação. Um dia ele parou seu cavalo, foi em diração ao velho e disse: "Eu não deveria interferir em seu trabalho, mas eu não posso resistir à tentação."O velho respondeu: "Não há nada com que se preocupar, meu filho. Você pode perguntar o que quiser." O rei disse: "A minha pergunta é: você nunca será capaz de ver essas árvores tornarem-se adultas, você terá ido muito antes disso ...."O velho falou: "Isso é verdade." O rei disse: "Você sabe que é verdade e ainda assim você continua fazendo isso?"O velho disse: "Se meus antepassados não tivessem plantado as sementes — basta ver do outro lado do meu jardim os altos cedros Líbano — eu nunca os teria visto. Se os meus antepassados não tivessem sido tão generosos com as crianças que ainda não conheciam, que ainda estavam por vir, que seriam os visitantes, que seriam os hóspedes.... Ainda assim eles trabalharam duro e criaram essas árvores monumentais. Olhando essas árvores eu reuni coragem e trabalhei duro, porque certamente eu não verei o belo crescimento, mas alguém verá. Meus netos, ou talvez até mesmo os filhos deles, poderão ver quando elas chegarem a sua glória plena. É o suficiente para que eu não seja desleal com meus antepassados. Se eles puderam confiar no futuro, no hóspede desconhecido, eu também posso confiar. "


Somos todos hóspedes, mas não use este belo planeta como uma sala de espera de estação ferroviária. Não é uma sala de espera. É a nossa casa, por enquanto, e ainda vai ser a casa de alguém. Não seja tão miserável a ponto de dizer: "Irei embora — daqui a dez minutos o trem chegará, então quem se importa se eu deixar a sala de espera suja?"


Ninguém pertence a este planeta. Mas a partir do momento em que estamos aqui, e neste momento temos que estar aqui totalmente, intensamente, temos que fazer deste momento o mais bonito possível. Temos que viver nossa vida como uma dança, então, quando saímos, quem vier depois de nós vai achar que as pessoas que estiveram aqui não eram pessoas medíocres; "eles deixaram flores e perfumes, eles deixaram os ecos de suas canções e suas danças, eles deixaram as suas pegadas em puro ouro vinte e quatro quilates.


Não é ruim que sejamos hóspedes. É uma grande oportunidade: o planeta, a existência tem sido tão generosa, tão gentil, tão amável, tão receptiva que regozijou-se com o fato de você estar aqui. Deixe a sua marca. Você pode ter ido, mas o seu riso pode permanecer. Você pode ter ido, mas a sua dança pode permanecer. Você pode ter ido, mas a maneira como você viveu vai continuar criando suas vibrações próprias. No futuro as pessoas lembrarão, com gratidão, de que são herdeiros de um grande planeta e de uma grande raça de seres humanos.

Osho, em "The Golden Future

Se você não espera, toda a desesperança desaparece


A desesperança vem do excesso de esperança. Se você não espera, toda a desesperança desaparece. Se espera demais, a frustração é garantida .


Se está querendo ter sucesso, fracassará com certeza. Tudo aquilo que você tenta com afinco exagerado produz o contrário.


Você deve estar querendo com muito afinco concretizar alguma esperança, e é aí que surge a desesperança.


Se quiser mesmo se livrar da desesperança - e todo mundo quer -, então livre-se da esperança.


Abandone toda esperança e de repente verá que, com ela, a desesperança também desaparece.


Assim você alcançará a tranquilidade interior, na qual não há esperança - e tampouco desesperança. Estará simplesmente calmo, quieto e sereno - um reservatório profundo de energia, um lago fresco de energia.Mas, para isso, você precisa sacrificar a esperança. A questão mostra que você ainda está esperando...


Vá um pouco mais fundo e mais longe - se estiver totalmente sem esperança, a desesperança desaparece.

Osho, em "A Música Mais Antiga do Universo

A maior parte dos milagres é ficção



Osho disse: "Eu não acredito em milagres, mas ainda assim os milagres acontecem. E pelo fato de não acreditar em milagres, eu não posso reivindicar ser o fazedor. No máximo, eu sou também um observador. Eu me lembro de um dos maiores místicos que este país produziu: Ramakrishna. Ele era um dos homens mais simples que pode existir. Um dia, um grande santo que era muito conhecido por seus milagres veio até ele. Ramakrishna estava sentado às margens do rio em Dakshineshwar, próximo de Calcutá, onde o Ganges se torna imenso e muito lindo. O santo estava muito orgulhoso dos milagres que costumava fazer. E ele veio com o propósito específico de mostrar a Ramakrishna como a sua religiosidade era inútil. Ele disse com grande orgulho e ego em seu coração, ‘O que você está fazendo sentado debaixo desta árvore? Vamos caminhar sobre o Ganges, sobre as suas águas.’ Ramakrishna disse, ‘Você veio de muito longe. Descanse um pouco e, depois, nós poderemos ir caminhar sobre o Ganges.’ O homem sentou-se e Ramakrishna lhe disse, ‘Posso lhe perguntar uma coisa? Quanto tempo você levou para aprender a arte de caminhar sobre as águas?’ O homem disse, ‘Quase trinta e seis anos.’ Ramakrishna riu e disse, ‘Quando eu quero ir para a outra margem do rio, o preço é de apenas dois centavos, mas o barqueiro nunca me cobra, pois vê que eu sou um homem pobre. Você desperdiçou trinta e seis anos numa arte que vale apenas dois centavos. Você deve ser um idiota.’


Mesmo que você consiga caminhar sobre águas, isto não torna você espiritual, isto não lhe dá um vislumbre do divino. Ao contrário, isto o leva a uma distância maior de Deus. Você se torna mais egoísta, porque consegue fazer algo que os outros não conseguem.


Um jovem morreu e ele era a única esperança para a sua mãe. O pai havia morrido, assim como haviam morrido seus outros irmãos e irmãs. A mãe estava vivendo apenas com esse rapaz. E este rapaz também morreu. A mãe quase ficou louca. Ela chorava aos prantos e pedia a todo mundo, ‘Digam-me o nome e o endereço de um médico que possa curar e trazer de volta meu filho, porque sem ele eu não consigo viver, eu não tenho nenhuma razão para viver. Eu já tenho carregado tantas feridas: meus outros filhos morreram, meu marido morreu. Mas eu consegui manter o controle por causa deste pequeno e lindo rapazinho, mas agora ele também se foi.’
Alguém lhe disse, ‘Não se preocupe, Goutama Buda chegou na cidade hoje. Ele está no mangueiral, na outra parte da cidade. Leve o rapaz até Goutama Buda.’ A mulher com grande esperança e um grande desejo foi até Goutama Buda, levando o cadáver de seu filho. Ela colocou o corpo de seu filho aos pés de Goutama Buda e disse, ‘Se você é verdadeiramente espiritual, se você está acordado, então dê a vida de volta ao meu filho.’ Goutama Buda disse, ‘Isto não é difícil. Apenas uma pequena condição você terá que cumprir.’ A mulher disse, ‘Eu cumprirei qualquer condição.’ Ele disse, ‘Não é uma grande condição. Eu sei que toda a sua vila está colhendo sementes de mostarda. Você vai e me traga apenas uma mão cheia de sementes de mostarda.’ A mulher começou a correr e disse, ‘Eu estarei de volta em poucos minutos.’ Buda lhe disse, ‘Você tem que ouvir toda a condição. A condição é: as sementes de mostarda devem vir de uma família onde jamais alguém tenha morrido.’

A mulher estava em tal miséria que nem percebeu qual era o propósito. Ela correu de casa em casa. E as pessoas diziam, ‘Nós podemos lhe dar tantas sementes de mostarda quantas você queira. Nós podemos trazer todas as sementes de mostarda da vila para que o seu filho possa ser trazido de volta à vida. Mas nossas sementes não lhe serão de ajuda alguma, porque muitas pessoas já morreram em nossas famílias e você não conseguirá encontrar uma família na qual ninguém tenha morrido.’ O número de pessoas mortas em todas as famílias era maior do que o número de vivos. Seus pais morreram, seus avós morreram, e assim por diante. Desde Adão e Eva as pessoas nada mais têm feito senão morrer. A fila de mortos é muito grande atrás de cada pessoa. Mas ela foi de casa em casa e pouco a pouco, já no final da tarde, ela chegou à consciência. Suas lágrimas secaram, ela voltou ao Goutama Buda e tocou-lhe os pés, dizendo, ‘Perdoe-me sobre o rapaz, neste mundo todo mundo morre. Não importa quando. Inicia-me como sua sannyasin, assim eu poderei experienciar algo que não morre, algo que é imortal, algo que é eterno, que vive para sempre.’ Buda lhe disse, ‘Você é inteligente e compreendeu o meu propósito.’ A mulher tornou-se não uma sannyasin comum. Ela iluminou-se antes que Buda morresse. Ela foi a sua primeira discípula, mulher, que se iluminou. Seu nome era Kisha Goutami. Eu chamo a isto um milagre.


Os verdadeiros milagres são invisíveis para a mente comum. Eu não acredito em tais milagres porque eles não são milagres. Eu nunca fiz coisa alguma deliberadamente, pois fazer deliberadamente é ir contra o fluxo natural da existência. Eu estou num estado de deixar as coisas acontecerem totalmente por elas mesmas. Sim, coisas acontecem ao meu redor. Mas eu não posso ficar com o crédito por essas coisas, porque eu não fiz coisa alguma. As pessoas vêm conhecer pela primeira vez os mistérios do amor e da vida. As pessoas entram em sua própria interioridade, em sua subjetividade, onde elas encontram a si mesmas. E este é o maior milagre no mundo: encontrar a si mesmo. As pessoas se tornam silenciosas, serenas, calmas e quietas. As pessoas se tornam uma unidade orgânica. Uma profunda harmonia acontece a elas e toda a vida delas fica ressoando música e poesia. Eu tenho visto paralíticos ganhando força e entregando-se à dança. E quase todo mundo se torna paralítico devido à sociedade. E dançam até o ponto em que o dançarino desaparece e somente a dança continua. Cantam até o ponto em que o cantor desaparece e somente a canção continua. Esses são os momentos em que as portas do divino se abrem. Estes são os momentos em que você não é mais um ser comum, você se torna parte da plenitude, do ser universal. Estes são milagres.


Uma pessoa espiritual está ausente enquanto pessoa e presente apenas como uma presença – assim como a luz. Depende de você tornar-se radiante com aquela luz ou não. A luz está disponível. Você pode usá-la e tornar-se uma luz em si mesmo. A decisão é sua. Então, se você quiser ver um milagre, você poderá vê-lo em sua própria vida. A maior parte dos outros milagres é ficção. O verdadeiro milagre permanece invisível, não registrado na história, porque somente a pessoa que entra no processo do milagre o conhece, e mesmo ela não consegue provar, não consegue mostrar nenhuma evidência dele. Todo o crédito vai para a própria existência.
OSHO – The Rebellious Spirit

A escuridão não existe



Eu não vejo escuridão em lugar algum. Você é que está mantendo os olhos fechados. A escuridão não existe. É criação sua. O sol está em todo lugar, a luz está em todo lugar, estamos em pleno meio-dia. Mas você continua apertando os seus olhos, mantendo-os fechados. Daí a escuridão. Agora, ninguém pode forçar os seus olhos a se abrirem. Existem algumas coisas que você tem que fazer por si mesmo.

Se você quiser espirrar, você terá que espirrar, eu não posso fazer isso por você. Se você quiser assoar o nariz, você que terá que fazer isso, eu não posso fazer por você. Existem algumas coisas que você tem que fazer por si mesmo. Esta é uma das coisas mais fundamentais da vida. Se não fosse assim, mesmo em sua liberdade, você seria um escravo. Se eu tirá-lo da sua escuridão, ou qualquer outra pessoa, aquela luz não será muito luminosa. Você estará aprisionado naquela luz, você não veio de livre e espontânea vontade, você não floresceu espontaneamente. Alguma vez você já observou uma criança tentando abrir à força um botão de flor? O botão pode ser aberto, mas não será uma flor, alguma coisa ficará faltando, algo de grande significado. A alma estará faltando. A flor tem alma quando ela floresce espontaneamente, daí ela tem vida. Quando você a força, você a destrói. Tudo que é belo na vida pode apenas acontecer; não pode ser feito.


Existe uma bela história sobre um mestre Zen, Joshu: Um dia, Joshu caiu na neve e gritou 'Ajude-me! Ajude-me!' Um discípulo de Joshu aproximou-se e deitou ao seu lado. Joshu riu, levantou-se e disse ao discípulo: 'Certo! Perfeitamente certo! Isso é o que eu estou fazendo com você também.' Joshu tinha caído na neve e gritado, 'Ajude-me! Ajude-me!' Mas não havia necessidade alguma. Se você caiu, você pode se levantar. A mesma energia que fez você cair, consegue fazer você se levantar. A pessoa que não consegue se levantar, não consegue nem mesmo cair. A mesma energia que o leva a se perder, pode trazê-lo para casa. A pessoa que não consegue voltar para casa, não consegue também se perder, porque é necessário energia.

A mesma energia que faz de você um pecador, pode fazê-lo um santo. Na verdade, ser um pecador é mais complexo, mais difícil, mais trabalhoso. Ser um santo não é complexo nem trabalhoso. E ser religioso definitivamente não é trabalhoso. É a mesma energia! Você está mantendo os seus olhos fechados, e despendendo muita energia para mantê-los fechados. A mesma energia que os está mantendo fechados, se relaxados, irá ajudá-los a se abrirem. O discípulo é um discípulo de verdade. Ele entendeu Joshu perfeitamente bem. Ele sabe que ele criou uma situação, ele deitou-se conscientemente. Talvez o discípulo estivesse passando e Joshu caiu - criou uma situação - e gritou, 'Ajude-me! Ajude-me!' E o discípulo veio e deitou-se ao seu lado. Ele não o ajudou, em absoluto. O que ele estava fazendo? Ele não estava tentando ajudá-lo, de modo algum. Ele estava simplesmente sendo compreensivo. Ele estava dizendo, 'O que pode ser feito? Ok, eu sou seu discípulo, eu vou deitar ao seu lado. O que mais eu posso fazer?'

Para eu fechar o meu punho, terei que me esforçar. No momento em que eu parar de fechá-lo, ele começará a se abrir espontaneamente. Estar aberto é natural, estar fechado é antinatural. Para mantê-lo fechado você tem que colocar muita energia nele. Para abrir, nenhuma energia é necessária. Isso é uma coisa muito estranha: para permanecer miserável, você precisa colocar muita energia nisso. Para permanecer alegre, você não precisa de qualquer energia, de jeito algum. A felicidade é grátis, ela nada custa. A miséria você precisa fazer por merecer. Se você quiser ser miserável, muito esforço será necessário para permanecer miserável. É um estado muito antinatural. Um punho cerrado é antinatural; uma mão aberta é natural. A mão aberta não necessita energia, caso contrário você se sentiria cansado; ao final do dia você estaria morto de cansado por ter ficado todo o dia com a mão aberta. Daí, você dirá, 'Por todo o dia eu mantive minhas mãos abertas e agora eu estou me sentindo muito cansado.' Qualquer dia, mantenha o seu punho fechado por todo o tempo e ao final da tarde você se sentirá realmente cansado. O natural é a mão aberta. Um coração aberto é um fenômeno natural; um ser aberto é simplesmente natural. Um ser fechado é muito antinatural, muito artificial; você tem que colocar toda a sua energia nisso. Essa é a minha observação em milhares de pessoas: elas dão toda a sua energia para se manterem miseráveis. Permanecer no inferno é um grande investimento. Não é fácil, é muito difícil. Você precisa ser muito forte para estar no inferno, muito teimoso, decidido. (...) Você tem que ser duro como um diamante, somente então você pode permanecer no inferno. Se não for assim... ninguém está impedindo o seu caminho. Basta relaxar e você entra no céu, o relaxamento é a porta.


OSHO - Zen: the Path of Paradox

sexta-feira, 14 de maio de 2010

O mais simples escapa à compreensão


Quanto mais simples é uma coisa, mas difícil de ser entendida. Para entender, é necessário algo complexo; para entender você tem de dividir e analisar. Uma coisa simples não pode ser dividida e analisada – o mais simples escapa à compreensão.

É por isso que Deus não pode ser compreendido. Deus é a coisa mais simples, absolutamente a coisa mais simples possível. O mundo pode ser compreendido pois ele é muito complexo. Quanto mais complexa a coisa, mas a mente pode trabalhar nela. Quando a coisa é simples, não há nada para queimar as pestanas, e a mente não pode funcionar.

Os lógicos dizem que qualidades simples são indefiníveis. Por exemplo: alguém lhe pergunta o que é o amarelo. É uma qualidade tão simples a cor amarela...como você a definiria? Você dirá: “Amarelo é amarelo”. Mas isto não é definição para amarelo, pois está repetindo a mesma coisa novamente. Isso é uma tautologia.

É por isso que se perde Deus. O intelecto nega-o, a razão diz “não”. Deus é o denominador mais simples da existência – o mais simples e o mais básico. Quando a mente pára, não há nada diferente de Deus, portanto, como definir Deus? Por isso as religiões tentam dividir, assim torna-se possível uma definição. Eles dizem “este mundo não é isso”, “Deus não é o mundo”, “Deus não é a matéria”, “Deus não é corpo”, “Deus não é desejo”. São formas de definir.

Você tem que colocar alguma coisa em oposição a outra coisa, então uma fronteira pode ser desenhada. Como estabelecer uma fronteira se não há um vizinho? Onde colocar a cerca de sua casa se não existe vizinhança? A fronteira de sua casa baseia-se na presença de seu vizinho. Deus é sozinho, ele não tem vizinhos. Onde ele começa? Onde ele acaba? Exatamente para definir Deus é que o Diabo foi criado. Deus não é o diabo – assim, você pode não ser capaz de dizer o que é Deus, mas pode dizer o que Ele não é: Deus não é o mundo, não é o diabo.

Os santos precisam dos pecadores, de outra forma eles não existiriam. Como você saberia quem é um santo? Todo santo precisa de pecadores à sua volta. Esses pecadores fazem a fronteira.
Então, devemos descobrir esta simplicidade dentro de nós, pois em cada ser vivo neste planeta foi plantada a semente de Deus, basta que saibamos procurá-la. A procura deve seguir a mesma natureza, ser simples, natural, indefinível.

OSHO