Paz a todos

Paz a todos! Este blog destina-se a compartilhar conhecimentos que possam auxiliar à amplificação da consciência humana, de forma a alcançarmos a humanidade plena.

"Os obstáculos te parecerão grandes ou pequenos dependendo se você é grande ou pequeno."Orison Swett Marden

"E aqueles que foram vistos dançando, foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música." Friedrich Nietzsche

“Palavras amáveis podem ser curtas e fáceis de falar, mas seus ecos são infinitos” Madre Teresa

"Somos todos fios frágeis, mas compomos uma esplêndida tapeçaria." Jerry Ellis

"Dê a cada pessoa o seu ouvido, mas a poucas a sua voz." William Shakespeare

"O que separa a alma do corpo não é a morte, é a vida."Paul Valéry

"O que não queiras que os outros te façam , não o faças aos outros." Confúcio

"As tragédias verdadeiras no mundo não são conflitos entre o certo e o errado. São conflitos entre dois direitos." Hegel


"Toda reflexão que leve o homem para fora do estreito círculo do seu egoísmo é saudável e boa para a alma, seja qual for o caminho pelo qual enverede essa reflexão. " Joseph Ernest Renan

"Nem o Sol nem a Lua podem refletir-se claramente na água lamacenta. Assim a alma universal não pode realizar-se perfeitamente em nós, enquanto não afastarmos o véu da ilusão, isto é, enquanto perdura o sentimento do eu e do meu."Ramakrishna

“É preciso ter um caos dentro de si para dar à luz uma estrela cintilante.” Friedrich Nietzsche


sábado, 15 de maio de 2010

A maior parte dos milagres é ficção



Osho disse: "Eu não acredito em milagres, mas ainda assim os milagres acontecem. E pelo fato de não acreditar em milagres, eu não posso reivindicar ser o fazedor. No máximo, eu sou também um observador. Eu me lembro de um dos maiores místicos que este país produziu: Ramakrishna. Ele era um dos homens mais simples que pode existir. Um dia, um grande santo que era muito conhecido por seus milagres veio até ele. Ramakrishna estava sentado às margens do rio em Dakshineshwar, próximo de Calcutá, onde o Ganges se torna imenso e muito lindo. O santo estava muito orgulhoso dos milagres que costumava fazer. E ele veio com o propósito específico de mostrar a Ramakrishna como a sua religiosidade era inútil. Ele disse com grande orgulho e ego em seu coração, ‘O que você está fazendo sentado debaixo desta árvore? Vamos caminhar sobre o Ganges, sobre as suas águas.’ Ramakrishna disse, ‘Você veio de muito longe. Descanse um pouco e, depois, nós poderemos ir caminhar sobre o Ganges.’ O homem sentou-se e Ramakrishna lhe disse, ‘Posso lhe perguntar uma coisa? Quanto tempo você levou para aprender a arte de caminhar sobre as águas?’ O homem disse, ‘Quase trinta e seis anos.’ Ramakrishna riu e disse, ‘Quando eu quero ir para a outra margem do rio, o preço é de apenas dois centavos, mas o barqueiro nunca me cobra, pois vê que eu sou um homem pobre. Você desperdiçou trinta e seis anos numa arte que vale apenas dois centavos. Você deve ser um idiota.’


Mesmo que você consiga caminhar sobre águas, isto não torna você espiritual, isto não lhe dá um vislumbre do divino. Ao contrário, isto o leva a uma distância maior de Deus. Você se torna mais egoísta, porque consegue fazer algo que os outros não conseguem.


Um jovem morreu e ele era a única esperança para a sua mãe. O pai havia morrido, assim como haviam morrido seus outros irmãos e irmãs. A mãe estava vivendo apenas com esse rapaz. E este rapaz também morreu. A mãe quase ficou louca. Ela chorava aos prantos e pedia a todo mundo, ‘Digam-me o nome e o endereço de um médico que possa curar e trazer de volta meu filho, porque sem ele eu não consigo viver, eu não tenho nenhuma razão para viver. Eu já tenho carregado tantas feridas: meus outros filhos morreram, meu marido morreu. Mas eu consegui manter o controle por causa deste pequeno e lindo rapazinho, mas agora ele também se foi.’
Alguém lhe disse, ‘Não se preocupe, Goutama Buda chegou na cidade hoje. Ele está no mangueiral, na outra parte da cidade. Leve o rapaz até Goutama Buda.’ A mulher com grande esperança e um grande desejo foi até Goutama Buda, levando o cadáver de seu filho. Ela colocou o corpo de seu filho aos pés de Goutama Buda e disse, ‘Se você é verdadeiramente espiritual, se você está acordado, então dê a vida de volta ao meu filho.’ Goutama Buda disse, ‘Isto não é difícil. Apenas uma pequena condição você terá que cumprir.’ A mulher disse, ‘Eu cumprirei qualquer condição.’ Ele disse, ‘Não é uma grande condição. Eu sei que toda a sua vila está colhendo sementes de mostarda. Você vai e me traga apenas uma mão cheia de sementes de mostarda.’ A mulher começou a correr e disse, ‘Eu estarei de volta em poucos minutos.’ Buda lhe disse, ‘Você tem que ouvir toda a condição. A condição é: as sementes de mostarda devem vir de uma família onde jamais alguém tenha morrido.’

A mulher estava em tal miséria que nem percebeu qual era o propósito. Ela correu de casa em casa. E as pessoas diziam, ‘Nós podemos lhe dar tantas sementes de mostarda quantas você queira. Nós podemos trazer todas as sementes de mostarda da vila para que o seu filho possa ser trazido de volta à vida. Mas nossas sementes não lhe serão de ajuda alguma, porque muitas pessoas já morreram em nossas famílias e você não conseguirá encontrar uma família na qual ninguém tenha morrido.’ O número de pessoas mortas em todas as famílias era maior do que o número de vivos. Seus pais morreram, seus avós morreram, e assim por diante. Desde Adão e Eva as pessoas nada mais têm feito senão morrer. A fila de mortos é muito grande atrás de cada pessoa. Mas ela foi de casa em casa e pouco a pouco, já no final da tarde, ela chegou à consciência. Suas lágrimas secaram, ela voltou ao Goutama Buda e tocou-lhe os pés, dizendo, ‘Perdoe-me sobre o rapaz, neste mundo todo mundo morre. Não importa quando. Inicia-me como sua sannyasin, assim eu poderei experienciar algo que não morre, algo que é imortal, algo que é eterno, que vive para sempre.’ Buda lhe disse, ‘Você é inteligente e compreendeu o meu propósito.’ A mulher tornou-se não uma sannyasin comum. Ela iluminou-se antes que Buda morresse. Ela foi a sua primeira discípula, mulher, que se iluminou. Seu nome era Kisha Goutami. Eu chamo a isto um milagre.


Os verdadeiros milagres são invisíveis para a mente comum. Eu não acredito em tais milagres porque eles não são milagres. Eu nunca fiz coisa alguma deliberadamente, pois fazer deliberadamente é ir contra o fluxo natural da existência. Eu estou num estado de deixar as coisas acontecerem totalmente por elas mesmas. Sim, coisas acontecem ao meu redor. Mas eu não posso ficar com o crédito por essas coisas, porque eu não fiz coisa alguma. As pessoas vêm conhecer pela primeira vez os mistérios do amor e da vida. As pessoas entram em sua própria interioridade, em sua subjetividade, onde elas encontram a si mesmas. E este é o maior milagre no mundo: encontrar a si mesmo. As pessoas se tornam silenciosas, serenas, calmas e quietas. As pessoas se tornam uma unidade orgânica. Uma profunda harmonia acontece a elas e toda a vida delas fica ressoando música e poesia. Eu tenho visto paralíticos ganhando força e entregando-se à dança. E quase todo mundo se torna paralítico devido à sociedade. E dançam até o ponto em que o dançarino desaparece e somente a dança continua. Cantam até o ponto em que o cantor desaparece e somente a canção continua. Esses são os momentos em que as portas do divino se abrem. Estes são os momentos em que você não é mais um ser comum, você se torna parte da plenitude, do ser universal. Estes são milagres.


Uma pessoa espiritual está ausente enquanto pessoa e presente apenas como uma presença – assim como a luz. Depende de você tornar-se radiante com aquela luz ou não. A luz está disponível. Você pode usá-la e tornar-se uma luz em si mesmo. A decisão é sua. Então, se você quiser ver um milagre, você poderá vê-lo em sua própria vida. A maior parte dos outros milagres é ficção. O verdadeiro milagre permanece invisível, não registrado na história, porque somente a pessoa que entra no processo do milagre o conhece, e mesmo ela não consegue provar, não consegue mostrar nenhuma evidência dele. Todo o crédito vai para a própria existência.
OSHO – The Rebellious Spirit

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